terça-feira, 24 de março de 2020

9 ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA - TEXTOS

Abaixo seguem 3 textos complementares ao estudo sobre a Primeira República, boa leitura.

A REVOLTA DA VACINA

A Revolta da Vacina Independentemente da intenção real de seus promotores, a revolta começou em nome da legítima defesa dos direitos civis. Despertou simpatia geral, permitindo a abertura de espaço momentâneo de livre e ampla manifestação política, não mais limitada à estrita luta contra a vacina. Desabrocharam, então, várias revoltas dentro da revolta. Caminhou a conspiração militar – Centro das Classes Operárias, que buscava derrubar o governo; os consumidores de serviços públicos acertaram velhas contas com as companhias; os produtores mal pagos fizeram o mesmo com as fábricas; a classe popular dos aventurosos e belicosos, como os chamou Vicente de Souza, retomou em dimensões mais heroicas seu combate cotidiano com a polícia. E todos os cidadãos desrespeitados acertaram as contas com o governo. Era a revolta fragmentada de uma sociedade fragmentada. De uma sociedade em que a escravidão impedira o desenvolvimento de forte tradição artesanal e facilitara a criação de vasto setor proletário. A fragmentação social tinha como contrapartida política a alienação quase completa da população em relação ao sistema político que não lhe abria espaços. Havia, no entanto, uma espécie de pacto informal, de entendimento implícito, sobre o que constituía legítima interferência do governo na vida das pessoas. Quando parecia à população que os limites tinham sido ultrapassados, ela reagia por conta própria, por via de ação direta. Os limites podiam ser ultrapassados seja no domínio material, como nos casos de criação ou aumento de impostos, seja no domínio dos valores coletivos. A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na história do país de movimento popular de êxito baseado na defesa do direito dos cidadãos de não serem arbitrariamente tratados pelo governo. Mesmo que a vitória não tenha sido traduzida em mudanças políticas imediatas além da interrupção da vacinação, ela certamente deixou entre os que dela participaram um sentimento profundo de orgulho e de autoestima, passo importante na formação da cidadania. O repórter do jornal A Tribuna, falando a elementos do povo sobre a revolta, ouviu de um preto acapoeirado frases que bem expressavam a natureza da revolta e este sentimento de orgulho. Chamando o repórter de “cidadão”, o preto justificava a revolta: era para “não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a negrada mostrar que sabe morrer como homem!”. Para ele, a vacinação em si não era importante – embora não admitisse de modo algum deixar os homens da higiene meter o tal ferro em suas virilhas. O mais importante era “mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo”. CARVALHO, José Murilo. Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p.138-139. 


Reflexão sobre a relação da República com os grupos populares e vice-versa. 

O pecado original da República 

[…] De acordo com os dados do censo de 1920, teremos uma população total, representada pelo círculo maior, de 30,6 milhões. Este é o povo do censo que, pelo menos em tese, possuía direitos civis. Mas quantos desses cidadãos civis eram também cidadãos políticos, quantos pertenciam ao corpo político da nação? Para calcular esse número, temos primeiro que deduzir do total os analfabetos, proibidos por lei de votar. O analfabetismo, na época, atingia 75,5% da população. Feito o cálculo, restam 7,5 milhões. Depois, é preciso descontar as mulheres. Embora a lei não lhes negasse explicitamente o direito do voto, pela tradição não votavam. Ficamos com 4,5 milhões. Os estrangeiros também não tinham o direito do voto. Nosso número cai para 3,9 milhões. Finalmente, os homens menores de 21 anos também não votavam. Ficamos reduzidos a míseros 2,4 milhões de brasileiros legalmente autorizados a participar do sistema político por meio do voto. Ficam fora do sistema, excluídos, 28,2 milhões, 92% da população. Se eram poucos os que podiam votar, menos ainda eram os que de fato votavam. Nas eleições presidenciais de 1910, uma das poucas em que houve competição, disputando Rui Barbosa contra o marechal Hermes da Fonseca, a abstenção foi de 40%. Os votantes representaram apenas 2,7% da população. No Rio de Janeiro, capital da República, onde 20% da população estava apta a votar, compareceu às urnas menos de 1%. Votar na capital era até mesmo perigoso devido à ação dos capangas a serviço dos candidatos. Quem tinha juízo ficava em casa. Como disse Lima Barreto de sua República dos Bruzundangas: “[Os políticos] tinham conseguido quase totalmente eliminar do aparelho  eleitoral este elemento perturbador – o voto”. 
A eliminação do voto completava-se com a fraude. Ninguém podia ter certeza de que seu voto seria contado a favor do candidato certo. Significa isso que o povo da Primeira República não passava da carneirada dos currais eleitorais e da massa apática dos excluídos? Seguramente que não. Por fora do sistema legal de representação havia ação política, muitas vezes violenta. Entre os poucos que votavam, os que escolhiam não votar e os muitos que não podiam votar, havia o que chamo de povo da rua, isto é, a parcela da população que agia politicamente, mas à margem do sistema político, e às vezes contra ele. É difícil calcular o tamanho desse povo. Podemos apenas surpreendê-lo em suas manifestações. E podemos também dizer que ele existia tanto nas cidades como no campo. Nas cidades, sobretudo nas maiores, a tradição de protesto vinha de longe e manifestava-se o mais das vezes nos quebra-quebras. Ela se intensificou a partir da proclamação da República, atingindo o ponto máximo no protesto contra a vacinação obrigatória em 1904. A novidade republicana ficou por conta do movimento operário em fase de organização. Foram inúmeras as greves que atingiram a capital da República e São Paulo, além de outras capitais. Seu auge verificou-se durante a Primeira Guerra Mundial e nos anos que a seguiram. Calculou-se que 236 greves foram feitas na capital e no estado de São Paulo entre 1917 e 1920, envolvendo cerca de 300 mil operários. Em torno de 100 mil operários participaram da greve geral de 1917 no Rio de Janeiro. Outra novidade republicana foi a participação política dos militares, jovens oficiais e praças. A mais conhecida e mais dramática dessas manifestações foi a revolta dos marinheiros contra o uso da chibata, em 1910, em que se destacou o marinheiro João Cândido. O efeito político das manifestações urbanas foi limitado porque elas se davam fora dos mecanismos formais de representação. O próprio movimento operário, na medida em que era orientado pelo anarcossindicalismo, sobretudo em São Paulo, fugia da participação eleitoral e nunca organizou um partido político duradouro até que fosse fundado o Partido Comunista, em 1922. No mundo rural, foi igualmente intensa a participação do povo. Aí também havia uma longa tradição que foi intensificada pelas mudanças políticas introduzidas pelo novo regime. As figuras centrais das agitações rurais eram beatos e cangaceiros. O mais dramático de todos esses movimentos, pelo número de mortos, foi sem dúvida o de Antônio Conselheiro nos sertões da Bahia. A seu modo, os beatos do Conselheiro agiram politicamente, ao recusar o pagamento de impostos, ao rejeitar mudanças nas relações entre Igreja e Estado. Lutando contra a “lei do cão” do novo regime, os rudes sertanejos humilharam o Exército, que contra eles lançou quatro expedições, e deram um exemplo único em nossa história de fidelidade incondicional às crenças adotadas. Movimento semelhante ao de Canudos foi o do Contestado, localizado em terras disputadas entre Paraná e Santa Catarina. O monge José Maria dera-lhe início ainda no Império. Proclamada a República, seu sucessor reagiu contra o que chamava de “lei da perversão”, o equivalente da “lei do cão” do Conselheiro. A partir de 1911, outro sucessor de João Maria, José Maria, lançou um manifesto monarquista e nomeou imperador um fazendeiro analfabeto. Criou uma sociedade assemelhada ao comunismo primitivo, sem dinheiro e sem comércio. Canudos e Contestado foram combatidos e destruídos com violência pelo Exército, que não hesitou em usar canhões contra sertanejos pobremente armados. No Ceará, padre Cícero organizou uma comunidade sertaneja que, à época de sua morte, em 1934, contava 40 mil pessoas. Padre Cícero não contestava o sistema, como o Conselheiro e José Maria. A seu modo, agindo mais como coronel político, fundou uma República paternalista muito próxima da população. Manipulando valores tradicionais e colocando-os a serviço da modernidade, reduziu a distância entre o legal e o real, aproximou da população o poder. Alguns de seus seguidores, como os beatos José Lourenço, Severino e Senhorinho, fundaram comunidades radicais ao estilo do Contestado. Padre Cícero entendeu-se com os poderes da República e foi tolerado. Os três beatos foram massacrados juntamente com seus seguidores. Os cangaceiros, frutos do mesmo meio social que gerou os beatos, mantinham, como padre Cícero, contatos estreitos com os poderes da República. Mas fugiam ao controle dos coronéis e dos governos estaduais. Foram também combatidos sem trégua e destruídos. Beatos e cangaceiros representavam formas de organização e de reação construídas à margem do sistema político. Canudos, Contestado, e mesmo o Juazeiro do padre Cícero, eram modelos alternativos de República. Apesar de inviáveis por serem produtos do isolamento geográfico e da imensa distância cultural entre a população e o mundo oficial, essas Repúblicas foram destruídas a ferro e fogo e só deixaram traços na memória popular. A exceção foi Canudos, que foi imortalizado por Euclides da Cunha, não por acaso um intelectual estranho no ninho das elites. O grosso do povo excluído era mantido sob controle pela própria organização social do mundo rural, baseada na grande propriedade. O povo eleitoral era enquadrado pelos mecanismos de cooptação e manipulação. O povo da rua era quase sempre tratado à bala, nas cidades ou no campo. Mas a República usou também métodos menos violentos para lidar com seus excluídos. Produziu missionários do progresso que se puseram a catequizar os  cidadãos incultos e tratar os doentes. Foram missionários do progresso Pereira Passos, reformador do Rio de Janeiro, Osvaldo Cruz, saneador da cidade, Artur Neiva e Belisário Pena, saneadores dos sertões. O maior de todos eles, no entanto, foi o general Rondon, positivista ortodoxo, que dedicou boa parte da vida à proteção dos indígenas. Muito superiores pelos métodos aos que destruíam pela força os movimentos populares, esses missionários não estiveram imunes a uma visão tecnocrática e autoritária. O povo para eles era massa inerte e analfabeta a ser tratada, corrigida e civilizada. De certo modo, eram messias leigos, com a diferença de que não tinham o apoio popular dos messias do sertão. A Primeira República, em seus 41 anos de existência, não fez jus às promessas da propaganda de promover a ampliação da participação política, o autogoverno do povo. Não unificou os três povos, não os incorporou. Não transformou em cidadãos o jeca doente de Monteiro Lobato e dos higienistas, o áspero sertanejo de Euclides, os beatos de Canudos e do Contestado, o bandido social do cangaço, o anarquista do movimento operário. A ausência de povo, eis o pecado original da República. Esse pecado deixou marcas profundas na vida política do país. Quando, em meio à crise de nossos dias, assistimos ao aumento da descrença nos partidos, no Congresso, nos políticos, de que se trata se não da incapacidade que demonstra até hoje a República de produzir um governo representativo de seus cidadãos? 

CARVALHO, José Murilo de. O pecado original da República. Revista de Hist—ria. Disponível em: . Acesso em: 10 jul. 2018. 

Sobre a relação da República com o movimento de Canudos. 

O arraial de Canudos e o silêncio do massacre 

A República procurou converter Canudos num grande exemplo: da barbárie contra a civilização; do atraso contra a modernidade. Faz 120 anos que ocorreu, no distante interior da Bahia, um levante popular que invadiu a imaginação dos brasileiros. Mais do que uma revolta isolada, Canudos anunciava a existência de muitos Brasis, no mesmo Brasil, e o descobrimento dos “sertões”, que acabaram virando metáfora ligeira para designar tudo o que não se conhecia ou encontrava-se afastado da civilização que a República inventou. O fato é que, diferente da “modernidade” que os novos tempos prometiam, estouraram, em várias regiões do país, movimentos sociais que combinavam a questão agrária e a luta pela posse de terra com traços fortemente religiosos. Levantes como Contestado, Juazeiro, Caldeirão, Pau-de-Colher e Canudos representaram o lugar do encontro entre a mística e a revolta; um resultado pouco previsto do nosso processo de urbanização acelerada, e de desatenção com esse grande contingente populacional. Abandonados por uma República que fazia da propriedade rural a principal fonte do poder oligárquico, grupos de sertanejos buscaram transpor o abismo que os separava da posse da terra, teceram relações entre a história e o milenarismo, e sonharam viver numa comunidade justa e harmônica. E foi em 1896 que começou o conflito armado de maior visibilidade da Primeira República, prontamente transformado em bode expiatório nacional: um cancro monarquista, diziam as elites reunidas na capital, e muito distantes da mentalidade desses sertões. Já em 1897, com a missão de cobrir os acontecimentos para “O Estado de São Paulo”, partiu convicto o jornalista Euclides da Cunha. Republicano de carteirinha, ele havia embarcado para a Bahia com a certeza de que a República derrotaria rápido essa “horda desordenada de fanáticos maltrapilhos”, acoitados num frágil arraial. Descobriu, porém, totalmente atônito, uma guerra longa e misteriosa, um adversário com enorme disposição para o combate, um refúgio sagrado, uma comunidade organizada e uma terra desconhecida para ele e, aliás, para boa parte da intelectualidade acastelada na cidade do Rio de Janeiro. E foi justamente a partir do impacto profundo dessa descoberta, que Euclides mudou de ideia, e tornou- -se um grande escritor. Em vez da certeza das teorias deterministas – que condenavam a “terra dos sertões” e “as raças dos sertanejos” – sua narrativa assumiu um tom de denúncia. O jornalista fez muito mais que uma reportagem de guerra: revelou o efeito das secas na paisagem arruinada do sertão baiano e a devastação do meio ambiente produzida pelas queimadas no semiárido nordestino; inscreveu na natureza uma feição dramática capaz de projetar imagens de medo, solidão, abandono; reconheceu no mundo sertanejo uma marca do esquecimento secular e coletivo do país. Lido alto, o trecho sobre a terra chega a sibilar, e conta uma trajetória diferente e comum de devastação da nossa natureza. Em 1902 publicou “Os Sertões”, onde retomou a história da guerra contra Canudos com um enfoque ainda mais amplo. Euclides manteve porém o mesmo tom de indignação. Responsabilizou a Igreja, a República, o governo baiano e o Exército pelo massacre. Descreveu a guerra como um fratricídio, uma matança entre irmãos, com direito à decapitação dos prisioneiros, o calvário dos resistentes dizimados por fome, sede, doenças e pelos projéteis dos militares. Seu livro virou monumento. A partir de então a Guerra ou Campanha de Canudos – esse movimento sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro e que durou de 1896 a 1897 – ganhou  o país. Com o passar do tempo, a região fora ocupada por uma série de latifúndios decadentes, era assolada por crises cíclicas de seca, e contava com milhares de sertanejos que peregrinavam sem emprego pelo sertão baiano. Fora apenas em 1893 que Conselheiro e seus seguidores haviam chegado a Bom Conselho, na Bahia. Ali assistiram a uma cobrança de impostos, que havia aumentado muito com o advento da República, e, diante do povo reunido num dia de feira, arrancaram e queimaram os editais pregados nos muros do vilarejo. Foi o suficiente para o governador do estado enviar soldados para prender o beato e dissolver seu grupo. Mas nada aconteceu como o previsto. Os policiais foram derrotados pelos sertanejos e a comunidade foi crescendo: de 230 chegaram a 24 mil habitantes, tornando-se o arraial de Belo Monte um dos mais populosos da Bahia. Canudos incomodou a todos: era uma nova maneira de viver no sertão. É certo que o arraial não chegou a representar uma forma de vida igualitária. Mas é certo também que se tratava de uma experiência social e política distinta: o trabalho no arraial baseava-se no princípio de posse e uso coletivo da terra, e na distribuição do que nela se produzia. O resultado da produção era dividido entre o trabalhador e a comunidade, a autoridade religiosa do Conselheiro não dependia do reconhecimento da Igreja Católica, e Canudos não estava submetido nem aos proprietários de terra nem aos mandões locais. A República resolveu liquidar Canudos, enviando quatro expedições subsequentes. A última delas alcançou a região em março de 1897 e era composta de 421 oficiais e 6160 soldados armados até os dentes. Em outubro de 1897, o Exército garantiu que quem se rendesse sobreviveria. Mas o acordo não foi cumprido, e muitos dos homens, mulheres e crianças que se entregaram foram degolados. A foto de Flavio de Barros foi tirada minutos antes da matança geral e até hoje guarda as marcas da dor, do desespero e do desatino nas expressões. Como se vê, lá estavam sobretudo mulheres e crianças entregues às forças da República. No dia 5 do mesmo mês o arraial foi invadido, queimado com querosene e dinamitado. A República procurou converter Canudos num grande exemplo: da barbárie contra a civilização; do atraso contra a modernidade. O corpo de Antônio Conselheiro também fez parte da performance. Seu crânio foi levado à capital, para que o médico Nina Rodrigues e a ciência determinista da época dessem a última palavra sobre “loucura e mestiçagem”. Havia mesmo um abismo fundo entre as diferentes partes do país. Talvez a melhor expressão desse descompasso esteja no desabafo de Euclides da Cunha, bem no final de Os Sertões: “Fechemos este livro […] Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la vacilante e sem brilhos. Vimos como quem vinga uma montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior, a vertigem”. Enfim o Brasil mostrava suas várias faces e a vertigem que ia criando entre realidades tão distintas. Não por acaso, nesse mesmo contexto, ganham fama chefes de bandos armados como Antônio Silvino, Lampião e Antônio Dó; personagens ambíguos, representativos de uma alternativa às relações de poder enraizadas na posse da terra, mas que também reproduziam as antigas marcas da violência e do arbítrio da história brasileira. O trecho de Euclides lembra o ensaio de Walter Benjamin descrevendo o retorno das tropas na Segunda Guerra Mundial. Vinham caladas, como se as palavras não dessem conta de narrar o horror da morte, do massacre e, no nosso caso, do descompasso entre a cidade e os muitos sertões brasileiros. 
Nova história; velha história! SCHWARCZ, Lilia Moritz. O arraial de Canudos e o silêncio do massacre. Retirado de . Acesso em: 9 jul. 2018. 

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