terça-feira, 31 de março de 2020

6 ano - ATIVIDADE SURGIMENTO DA ESCRITA


Atividade Maker 6º Ano

PARTE 1

Produza um relatório preferencialmente digitado no computador ou em seu caderno no formato de tópicos contendo as informações principais sobre o surgimento  da Escrita:
Explique as principais características dos tipos de escrita: Cuneiforme, hieróglifos e alfabética. Destaque pontos como:
  • Quais povos as desenvolveram?
  • Quais suas principais características?
  • Destaque a importância da escrita na antiguidade e nos dias atuais.
  • Use se possível imagens com exemplos.

ESTA ATIVIDADE DEVE SER POSTADA NO ECLASS


PARTE 2

ASSISTA OS VÍDEOS





Muito bem, nós vimos acima que os emojis são uma nova realidade de nossa sociedade, configurando uma nova forma de se comunicar, por isso quero fazer um desafio. 

Você deverá representar duas frases (que podem ser: nomes de cidades, títulos de filme, refrões de música, ditados populares, nome de livro, etc.) em Emojis, tome como exemplo os dois vídeos acima, mas não pode repetir os apresentados nos vídeos, tem que ser desenvolvidos por você. 

Após fazer suas frases você pode fazer a entrega de três maneiras:
  • Postar em uma rede social desafiando seus amigos a decifrarem seu enigma e mandar o link da postagem com nome e turma pelo eclass.
  • Enviar diretamente o arquivo digital, ou seja, a frase feita no celular ou no computador em formato de imagem ou arquivo de texto anexado na plataforma eclass.
  • Enviar a foto da atividade impressa ou feita a mão pelo eclass também com nome e turma.

Esta atividade serve para você desenvolver sua capacidade de raciocínio e também entender como é importante a linguagem, e o tamanho da necessidade de usarmos códigos e símbolos que possam ser compreendidos por quem recebe nossa mensagem. 

Leia as orientações com atenção e se  necessário tiro as dúvidas no grupo da sala.
Bom Trabalho!!!

6 ANO - O SURGIMENTO DA ESCRITA -

Como se deu o desenvolvimento da escrita?

ABAIXO O LINK PARA ATIVIDADE 


A, B, C, D, E , F, G .... aprender a ler e a escrever para você foi fácil, não? E para a humanidade, como foi? Saiba como foi a aventura do desenvolvimento da escrita, conheça os diferentes alfabetos e sistemas existentes.
Você se lembra da primeira coisa que disse hoje ao acordar? Se não lembra, tudo bem. A maioria de nós não se recorda também. E da aula de ontem no colégio, você lembra de cor? Se não lembra, pode consultar o seu caderno, não é? Ainda bem que existe a escrita, hein?!
Para nos facilitar a memória, e para nos comunicar com pessoas que estão afastadas no espaço ou no tempo, deixamos registros. Quando mandamos uma carta, nos comunicamos com alguém que está afastado no espaço. Mas também deixamos um registro que pode ser  lido pelas futuras gerações, então, nos comunicamos com aqueles que estão afastados no tempo.
Conhecendo o passado
A escrita é, portanto, uma invenção decisiva para a história da humanidade. Ela é a representação do pensamento e da linguagem humana por meio de símbolos. Um meio durável e privilegiado de comunicação entre as pessoas. Por meio de registros escritos há milhares de anos, ficamos sabendo como era a vida e a organização social de povos que viveram muito antes de nós. A invenção não surgiu por acaso, mas como consequência das mudanças profundas nas sociedades durante o período do surgimento das primeiras cidades.
DOCUMENTÁRIO: A HISTÓRIA DA PALAVRA


Pelo menos quatro sistemas de escrita foram inventados de forma independente em épocas diferentes, por quatro povos distintos, na Mesopotâmia, Egito, China e América Central.
Os mais antigos testemunhos escritos encontrados são provenientes da região da Mesopotâmia (atual Iraque), feitos 3.300 anos antes de Cristo. Os sumérios, que habitavam a Mesopotâmia (povos que viveram antes dos assírios e babilônios na mesma região), desenvolveram a escrita cuneiforme. O termo vem de cunha, que era uma pequena ferramenta de entalhe, a "caneta" da quele tempo, que gravava símbolos em plaquinhas de cerâmica. Com ela, não era preciso ser um grande desenhista para compor todos os caracteres.
Não muito longe dali, e pouco depois, os egípcios criaram os hieróglifos, a escrita das pirâmides. Nos seus primeiros tempos, a escrita no Egito era reservada a uma classe de especialistas, os escribas. Eles ocupavam uma posição de destaque, passavam por um processo de formação e eram o elo entre o faraó, outros funcionários do governo, os sacerdotes e o povo. Até a Idade Média, quando foi criada a imprensa, em 1450, as pessoas comuns ainda não aprendiam a ler e escrever. A ideia de que todas as crianças devem aprender a ler e escrever só foi difundida no século XIX.
A palavra hieróglifo vem do grego hieros, “sagrado” e glyphein, “gravar, escrever” e quer dizer escrita sagrada. Na verdade, existem diferentes estilos. O mais desenhado, tal como vemos nas pirâmides, é chamado de estilo hieroglífico. Em papiros e outros documentos vemos o estilo hierático, mais cursivo, ou seja,  mais fácil de traçar. Existe ainda um estilo mais popular, o demótico. Por muito tempo, a escrita antiga permaneceu misteriosa. Os hieróglifos só foram  decifrados no século XIX, pelo estudioso francês Jean-François Champollion, a partir de uma pedra que continha inscrições em hieróglifos e sua tradução para grego.
Na América Central, povos como os maias e os astecas tinham seus próprios sistemas de escrita quando os europeus conquistaram a região, e grande parte dos seus documentos escritos foi destruída. Sabe-se que a escrita nahuatl, por exemplo, surgiu por volta do século XIII, mas ela ainda não foi totalmente decifrada pelos estudiosos.
A China também foi berço de um sistema original, criado há mais de 3 mil anos. Eles foram os responsáveis pela invenção do papel. Antes disso, muitos outros suportes foram usados para a escrita. Os livros já foram feitos de placas de barro, madeira, metal, osso e até bambu. Escrituras em tecidos, couro, cascas de árvore e em papiro, uma espécie de papel mais fibroso, eram enroladas ou dobradas. O pergaminho era obtido a partir do couro curtido, formando rolos e podia ser lavado ou lixado para apagar uma mensagem e escrever outra por cima.
 Da imagem ao som
Até hoje, há diferentes tipos de escrita, porque suas origens são diferentes. A escrita evoluiu a partir do desenho. Mais ou menos assim: no início, cada figura representava um objeto. Desenhar um peixe para querer dizer peixe, ou a representação de um pé significando andar, ir, ou viagem é o que chamamos pictografia. O significado deriva diretamente da figura que o representa, por isso dizemos que é um sistema figurativo.
Se pedíssemos para você expressar a ideia da água em um símbolo, como você desenharia? Será que todos nós faríamos desenhos iguais? Provavelmente não. Por isso, a criatividade dos muitos inventores da escrita tem consequências até hoje, levando à existência de sistemas diversos. As representações de elementos simples diferem desde os primórdios. Por exemplo, a ideia da água era representada pelos egípcios como uma onda, pelos chineses, por curvinhas que lembravam a correnteza de um rio, e pelos astecas, pela cor azul dentro do desenho de uma vasilha.
A partir da escrita pictográfica, os traços foram sendo simplificados e o desenho já não parecia mais com o objeto que representava. ”
Quando temos um sistema de escrita que possui um símbolo para cada coisa, como os chineses fazem até hoje, chamamos de sistema ideográfico. Na escrita pictográfica e nos ideogramas que evoluíram a partir dela, a menor unidade da escrita é a palavra.
O sistema ideográfico parece complexo para nós porque é necessário conhecer um número grande de símbolos (mais de mil!) para conseguir ler um texto de jornal, por exemplo. Com o alfabeto é diferente, conseguimos ler qualquer palavra desde que conheçamos umas duas ou três dezenas de símbolos.
O alfabeto
Isso porque o alfabeto é uma invenção que parte de uma outra ideia: representar não a coisa em si, mas o som. O alfabeto é uma tentativa de desenhar o som da língua. Ele é resultado da decomposição do som das palavras em sílabas ou em fonemas - o som das letras. Cada letra representa um fonema ou mais de um (o C, por exemplo, pode ter som de k – como em casa - ou de s como na palavra cidade, por exemplo).
O nosso alfabeto é o latino e descende do grego. O grego, por sua vez, foi derivado do fenício, que trouxe uma grande inovação. Com apenas 22 letras, o alfabeto fenício era muito mais simples do que as escritas cuneiforme e hieroglífica. O alfabeto fenício era consonantal, pois só registrava as consoantes, e não as vogais, que só seriam inventadas mais tarde pelos gregos. Os fenícios habitavam uma parte do que hoje á Síria e o litoral do Líbano, e o alfabeto que eles desenvolveram surgiu da necessidade de controlar e facilitar o comércio.
Os alfabetos hebraico e o árabe até hoje não usam vogais, por isso são chamados consonantais. É como se eles escrevessem txt para dizer texto. E por falar em texto, é só pelo sentido dele (ou por outros sinais especiais, que são incluídos nas letras), que é possível, nestes alfabetos, diferenciar o que o autor ao escrever fc, por exemplo, quis dizer foca, faca ou fica. O alfabeto latino é fonético e vocálico, enquanto que o brahmi, sistema indiano que deu origem a muitos outros na Ásia, é silábico.
A escrita nos faz reviver as diferentes civilizações, informando-nos sobre o cotidiano, história, ciência, literatura, religião...Enfim, ela nos deixa o legado de um patrimônio cultural das civilizações já desaparecidas. E por elas, compreendemos como a escrita atual foi desenvolvida.
Evolução permanente
Na verdade, a escrita, assim como as línguas, está em permanente processo de evolução. Ela reflete e acompanha a maneira como as sociedades vivem, seus hábitos, tecnologia e peculiaridades. Por isso, textos de apenas cem anos atrás, muitas vezes, já possuem palavras que caíram em desuso.
Outro exemplo da evolução da forma de escrever é que hoje, já não damos tanta importância a ter uma letra bonita no caderno, porque o acesso a computadores torna mais fácil a produção da escrita em letra de forma, digitada. E vemos, nos e-mails e nas trocas de mensagens escritas simultâneas pela Internet – os chats –, uma variação da linguagem, produzida pela pressa em digitar. Por exemplo, quando escrevemos vc e tb, no lugar das palavras você e também. O uso de símbolos gráficos – os emoticons, como  ; > )  (um rostinho sorrindo e piscando um olho) –  tenta imitar as expressões faciais que acompanham a linguagem oral. Tudo isso mostra como a escrita é um processo vivo e ativo, inventado e reinventado pela humanidade todos os dias.

1º Ano - ATIVIDADE MITO FUNDADOR DE ROMA


ATIVIDADE HISTÓRIA

 O MITO FUNDADOR DE ROMA 


 A  Loba Capitolina é uma escultura de bronze, mantida nos Museus Capitolinos, de dimensões aproximadamente naturais que representa a loba das narrativas romanas sobre a fundação de Roma. É tradicionalmente considerada como uma peça da arte etrusca,  que teria sido fundida no curso inferior do rio Tibre e que permaneceu em posse de Roma desde a antiguidade.  Nela foi anexada uma outra peça, no século XV, figurando Rômulo e Remo sendo alimentados.  
 Segundo as narrativas em Alba Longa, cidade fundada pelo herói troiano Eneas, o rei local Numitor foi vítima de um estratagema de seu irmão, Amúlio. Amúlio de modo a apossar-se do trono da cidade prendeu Numitor, matou todos os seus varões e obrigou sua sobrinha, Reia Sílvia a tornar-se uma sacerdotisa vestal , dedicada à deusa Vesta , o que implicaria que ela deveria manter-se casta.  No entanto, Reia Sílvia acabou por ter dois filhos de Marte  (deus romano da guerra), os irmãos Rômulo e Remo. Ao descobrir a verdade, Amúlio prendeu Reia e ordenou que seus filhos fossem jogados no rio Tibre. Como um milagre, o cesto onde estavam as crianças acabou atolando numa das margens do rio no sopé do monte Palatino onde foram encontrados por uma loba que os amamentou.  Tempos depois, um pastor de ovelhas chamado Fáustulo  encontrou os meninos próximo da Figueira Ruminal  (Ficus Ruminalis), na entrada de uma caverna chamada Lupercal. Ele os recolheu e os levou para sua casa onde foram criados por sua mulher Aca Larência. 
 Anos depois, durante um assalto a uma caravana, Remo foi preso e levado para Alba Longa. Neste momento Fáustulo revelou a verdade a Rômulo que partiu para a cidade onde matou Amúlio e libertou seu avô Numitor e sua mãe. Os gêmeos decidiram então partir da cidade juntos com todos os indesejáveis para fundarem uma nova cidade no local onde haviam sido deixados. Rômulo queria chamá-la Roma e edificá-la no Palatino , enquanto Remo desejava nomeá-la Remora e fundá-la sobre o Aventino . No meio das discussões subsequentes, Rômulo matou seu irmão e fundou sua cidade, Roma

  1. Durante o período da Monarquia, o primeiro da história de Roma, a divisão social se dava entre três camadas da população. Sobre este período, quais eram as três camadas sociais? quem eram os clientes?
  2. Explique o que é um mito:   
  3. O nascimento de Roma ocorreu por volta do ano 1000 a.C. Uma origem mítica para a criação da cidade menciona a lenda de Rômulo e Remo, irmãos gêmeos, abandonados ao nascer e amamentados por uma loba. Qual o papel desta origem mítica na formação da identidade Romana?  


segunda-feira, 30 de março de 2020

ENSINO MÉDIO - ATIVIDADE FILOSOFIA


FILOSOFIA MORAL



 Ao longo de toda a história da filosofia, um dos seus grandes temas, tem sido a distinção entre aparência e realidade. Os pré-socráticos levaram a sério a possibilidade de que toda a realidade se compõe essencialmente de alguma substância mais fundamental. E suspeitavam que a observação acrítica, cotidiana tende a nos apresentar uma visão enganosa do mundo. Tales sustentava, por exemplo, que, apesar das aparências, toda a realidade se compõe essencialmente de água. Heráclito achava que o mundo havia sido construído a partir do fogo. Além disso, ele afirmava que tudo está em constante movimento. Outro pensador, Parmênides, sustentava que nada se modifica realmente e que todo movimento é apenas aparente, não passa de ilusão.
Aquilo que vemos é realmente a chamada “verdadeira realidade”?  
Esta questão remete-nos ao próprio pensar do ser humano. Podemos simplesmente absorver uma informação (de modo passivo) ou, ao contrário, indagar se ela tem fundamento, se condiz com a verdade dos fatos. O nosso procedimento, como seres racionais, é o de questionar se a informação recebida tem um fundo de verdade
a)    Em uma propaganda do Mac-Donald ou da Coca-Cola, você acha que é mostrada a realidade? Todas as pessoas que comem e/ou bebem tais produtos são belas, saudáveis e felizes como dá a entender tal propaganda? Explique.
b)      Escreva um texto de no mínimo 4 linhas sobre o que você entende por Aparência e Realidade depois complete a explicação dando um exemplo do seu cotidiano?
c) identifique o principal tema das charges abaixo, depois   produza um pequeno texto relacionando as duas propostas com o tema Aparência e Realidade: 





domingo, 29 de março de 2020

9 ANO - CAJF - ATIVIDADE CARTAS DE TRINCHEIRA

ATIVIDADE 

SEGUEM ABAIXO INSTRUÇÕES SOBRE A ATIVIDADE



CARTAS DE TRINCHEIRA

Durante a Primeira Guerra Mundial muitos soldados tiveram que enfrentar não só o inimigo que podia estar a poucos metros dali, mas também a própria convivência diária com a agonia que era estar em uma trincheira. Medo, doenças, fome, ratos, ataques e bombardeios faziam parte de seu dia a dia. Mas também a esperança de voltar pra casa e rever seus parentes queridos acalentava um pouco tanto sofrimento, como se podia notar nas cartas escritas aos familiares. Para tentar compreender um pouco do que foi esse período histórico e as marcas que ele deixou, convido vocês a pesquisarem as cartas deixadas pelos soldados da Primeira Guerra e produzirem textos de sua autoria, como se tivessem vivido aquela experiência, sendo assim pense antes de produzir:
Para quem você escreveria?
Qual seria o cenário que você descreveria na carta? O que você vê dentro da trincheira? Como é quando as nuvens de gás tóxico, os bombardeios, e as metralhadoras são acionados?
Quais palavras você desejaria dizer a quem está distante de você?
Você diria que a Guerra vale a pena? Que conselhos você daria sobre este assunto aos que não estavam nas trincheiras como você?
Para dar um toque de realismo escolha imagens do período para anexar a sua produção e também uma foto sua envelhecida.
COLOQUE SEU NOME E TURMA NO FIM DO TEXTO.

Segue narração de um exemplo de carta feita por aluno do 9 ano 2018.
Carta Soldado Francês Primeira Guerra

Segue um link de  notícia  para apoio ao trabalho:
https://brasil.elpais.com/brasil/2014/01/18/cultura/1390067897_619444.html

Link de site que envelhece a foto:
http://www.efeitoespecial.com.br/efeito-especial/envelhecida.p

9 ANO- FIM DA 1ª GUERRA MUNDIAL - AULA 3 - CAJF




O FIM DA GUERRA


SEGUE ABAIXO UM TEXTO INFORMATIVO E DOIS VÍDEOS SOBRE O PROCESSO DA SEGUNDA GUERRA:

Com a saída da Rússia e entrada dos EUA o ano de 1917 é determinante para o fim da Primeira Guerra Mundial. A saída de um exército russo mal equipado e cansado, e sua substituição por um exército bem equipado e disposto a garantir os interesses econômicos do maior financiador da guerra que eram os EUA, a guerra caminhou rapidamente para o seu fim.
O governo estadunidense tentou colocar em vigou uma "PAZ SEM VENCEDORES", com intuito de se beneficiar de ambos os lados da guerra, no entanto, os nacionalismos e revanchismos presentes no conflito impediram este desfecho. O que veremos a seguir é uma série de tratados que evidenciam um término de guerra extremamente punitivo e prejudicial para os considerados perdedores, sobretudo para a Alemanha.

TRATADOS DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL

  • Brest-Litovsk (3 de março de 1918):
A jovem república bolchevique, que surgiu na Revolução de Outubro de 1917 na Rússia, assina o tratado de Brest-Litovsk com os impérios centrais. Com isso, deixa os combates na frente leste. Mas a Rússia perde grande parte de seus territórios ocidentais para a Alemanha (Polônia, países bálticos e Finlândia, em particular) e mais de 30% de sua população. 

  • Versalhes (28 de junho de 1919): 
O tratado firmado na Galeria dos Espelhos do Palácio de Versalhes encerra a guerra entre a Alemanha e os Aliados. A Alemanha, sem voz ou voto, é apontada como única responsável pelo conflito. Dividido em dois pelo corredor de Danzig, que deixa isolada a Prússia Oriental, o Império Alemão desmorona ao perder 15% de seu território (incluindo a Alsácia-Lorena, recuperada pela França, que a havia perdido em 1870) e 10% de sua população. Também perde todas as suas colônias, além de ser obrigada a pagar pesadas "reparações" econômicas, principalmente para a França. O território ("Land") de La Sarre fica sob controle da Liga das Nações, criada por iniciativa do então presidente americano, Woodrow Wilson, para que as potências resolvessem suas divergências amistosamente. Humilhada, a Alemanha recebe com hostilidade o "Diktat" de Versalhes, que vai alimentar o rancor e a propaganda nazista. 

  • Saint-Germain-en-Laye (10 de setembro de 1919): 
O Tratado de Saint-Germain-en-Laye entre os Aliados e a Áustria desmembra o Império dos Habsburgo, construído ao longo de 700 anos, transformando-o em um punhado de Estados novos, ou parcialmente novos, segundo o princípio do presidente Wilson do "direito dos povos à autodeterminação". Essa divisão será fonte de inúmeros conflitos posteriores. A Tchecoslováquia reúne tchecos e eslovacos, mas também minorias importantes como a alemã na Boêmia, ou a húngara na Eslováquia. A Romênia cresce com a Transilvânia e a Bessarábia. A Iugoslávia reúne os eslavos do sul. A Polônia recebe a antiga Galícia austríaca e os territórios tirados da Alemanha, como Posen (atual Poznan), ou Alta Silésia. Do velho império restam apenas uma pequena Áustria (83.000 km2 e 6,5 milhões de habitantes), em sua parcela de língua alemã, e uma pequena Hungria (92.000 km2 e 8 milhões de habitantes). 

  • Tratado de Neuilly (27 de novembro de 1919): 
O Tratado de Neuilly entre os Aliados e a Bulgária alterou as fronteiras desse país, que havia entrado em guerra em 1915 junto com a Alemanha. Regiões inteiras no oeste passam para o novo Estado iugoslavo; as do nordeste, para a Romênia; e as do sul, para a Grécia, que recebe a maior parte da Trácia Ocidental. 

  • Tratado de Trianon (4 de junho de 1920): 
O Tratado de Trianon retira da Hungria, separada da Áustria desde 31 de outubro de 1918, dois terços de seu território, e três milhões de húngaros ficam em terra estrangeira - a maioria na Romênia. 

  • Tratados de Sèvres (10 de agosto de 1920) e de Lausanne (24 de julho de 1923): 
O Tratado de Sèvres, que desmantela o Império Otomano, é rejeitado pelos nacionalistas turcos liderados pelo general Mustafa Kemal Atatürk, que continua combatendo armênios, gregos e franceses. Graças às suas vitórias militares, o novo homem forte da Turquia impõe um novo tratado aos aliados que será firmado em Lausanne, em 24 de julho de 1923. A Turquia, agora uma república, fica com a Anatólia e com os Estreitos, mas perde todas suas posses árabes. Palestina e Mesopotâmia ficam sob mandato da Inglaterra, enquanto Síria e Líbano vão para a França. O fim do Império Otomano desencadeia um enorme movimento migratório: pelo menos 1,3 milhão de gregos abandonam a Ásia Menor, e cerca de 500 mil turcos partem da Grécia.




terça-feira, 24 de março de 2020

9 ANO - ATIVIDADE PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.


A ENTRADA DOS ESTADOS UNIDOS MUDA O RUMO DA GUERRA

Em 1917, após três anos de combates, os rumos do conflito ainda estavam indefinidos. Os Estados Unidos participavam economicamente da guerra até então, com empréstimos financeiros e fornecimento de suprimentos para a Tríplice Entente, pois temiam a derrota de seus aliados. No entanto, em abril de 1917, navios norte-americanos foram afundados por submarinos alemães, o que causou profunda indignação da opinião pública norte- -americana e levou o governo a declarar guerra à Alemanha.
Após a entrada dos Estados Unidos na guerra, a Tríplice Aliança sofreu sucessivas derrotas. Em 1918, a Rússia, que vivia uma revolução comunista em seu território, fez um acordo de paz com os alemães e deixou o conflito. Apesar da saída da Rússia, a Tríplice Entente cada vez mais impunha derrotas aos países inimigos. Dos países da Tríplice Aliança, somente a Alemanha ainda combatia os países da Entente, e com dificuldades cada vez maiores. Nesse contexto, o presidente norte-americano encaminhou ao governo alemão uma proposta de armistício, que propunha uma “paz sem vencedores” e o cessar-fogo imediato. A população alemã, animada com a possibilidade de ver a guerra encerrada, apoiou um movimento que depôs o imperador Guilherme II e proclamou a República. O novo governo republicano assinou a rendição, e a Tríplice Entente saiu vitoriosa. No entanto, a promessa feita à Alemanha não se cumpriu. Os países da Tríplice Entente consideraram-na culpada pela guerra e impuseram-lhe uma série de punições, como perdas de territórios e pagamento de altas indenizações. Considerando esse desfecho, o tratamento que os alemães receberam ao final dos conflitos da Primeira Guerra pode ser considerado uma das causas da Segunda Guerra Mundial. Liderados por Adolf Hitler, os alemães buscaram se vingar da humilhação que sofreram



O Tratado de Versalhes
Em janeiro de 1919, representantes das principais potências mundiais, exceto da Alemanha, reuniram-se na cidade francesa de Versalhes para discutir o plano de paz proposto pelos Estados Unidos. O resultado nas negociações foi a redação do Tratado de Versalhes. Os signatários do documento, porém, não cumpriram a promessa de “paz sem vencedores” feita aos alemães. A Alemanha não só foi considerada culpada pela guerra, como também:


  • perdeu todas as suas colônias e parte (1/8) de seu território – incluindo a Alsácia-Lorena, devolvida à França;
  • foi obrigada a manter uma área desmilitarizada na fronteira com a França;
  • teve seu Exército reduzido para 100 mil pessoas e sua Marinha, para 16 mil;
  • teve seu território dividido em duas partes pelo chamado “corredor polonês”, uma faixa de terra que ligava a Polônia ao mar Báltico;
  • foi obrigada a pagar 33 bilhões de dólares aos países da Tríplice Entente como indenização pelos custos da guerra.

Embora fizesse parte da Tríplice Aliança, a Itália lutou ao lado da Tríplice Entente na Primeira Guerra, após acordos com a Grã-Bretanha e a França. No entanto, ao final do conflito, esse país também se sentiu derrotado. Além de ter sofrido grandes perdas humanas e econômicas, a Itália ficou insatisfeita com os territórios que recebeu por sua colaboração. Frustrados, os italianos sentiram-se traídos pelos britânicos e franceses. Em meio às conferências ocorridas no final da guerra, foi criada em 1919 a Liga das Nações, um organismo internacional destinado a negociações entre países, com o objetivo de evitar futuras guerras. Embora tenha sido idealizada pelo presidente dos EUA, Woodrow Wilson, o país não participou efetivamente da Liga. Ao longo da década de 1920, embora tenha atuado em alguns conflitos, a Liga não se mostrou capaz de prevenir a escalada de hostilidades entre potências europeias, frustrando suas finalidades iniciais.

ATIVIDADE 1
A Primeira Guerra é uma espécie de patinho feio da cultura popular. Só para se ter uma ideia, a Wikipedia lista 70 filmes sobre o conflito. A Segunda Guerra tem 539. É fácil entender por que não rende muito entretenimento. Soldados atolados por meses em trincheiras [...] ou [...] forçados a avançar inutilmente contra metralhadoras dificilmente são material para blockbuster. As máquinas eram poucas, lentas e desengonçadas. E, se a Alemanha faz as vezes de vilão, o Kaiser Guilherme parece um monge tibetano se comparado a Adolf Hitler. Essa ausência [...] é [...] injusta com a importância da Primeira Guerra. O mundo de hoje foi parido pelo massacre. [...] Disponível em: . Acesso em: 18 jun. 2018.

1-    O fragmento aponta a Alemanha e o Kaiser Guilherme como possíveis “vilões” da Primeira Guerra. Considerando o que você estudou, indicar a Alemanha e o Kaiser como vilões ou culpados desse conflito é coerente com os fatos ocorridos antes da Primeira Guerra?
2-    Explique a frase: “O mundo de hoje foi parido pelo massacre.”
RESPONDA NO CADERNO

ATIVIDADE 2
  1.      Aponte abaixo os principais tratados feitos no pós guerra e suas decisões:
  2.      Explique as principais consequências destes tratados para a Europa pós guerra:
  3.      O que era a paz sem vencedores proposta pelos EUA? Por que ela não foi implementada?                          RESPONDA NO CADERNO

9 ANO - PRIMEIRA REPÚBLICA - TEXTOS

Abaixo seguem 3 textos complementares ao estudo sobre a Primeira República, boa leitura.

A REVOLTA DA VACINA

A Revolta da Vacina Independentemente da intenção real de seus promotores, a revolta começou em nome da legítima defesa dos direitos civis. Despertou simpatia geral, permitindo a abertura de espaço momentâneo de livre e ampla manifestação política, não mais limitada à estrita luta contra a vacina. Desabrocharam, então, várias revoltas dentro da revolta. Caminhou a conspiração militar – Centro das Classes Operárias, que buscava derrubar o governo; os consumidores de serviços públicos acertaram velhas contas com as companhias; os produtores mal pagos fizeram o mesmo com as fábricas; a classe popular dos aventurosos e belicosos, como os chamou Vicente de Souza, retomou em dimensões mais heroicas seu combate cotidiano com a polícia. E todos os cidadãos desrespeitados acertaram as contas com o governo. Era a revolta fragmentada de uma sociedade fragmentada. De uma sociedade em que a escravidão impedira o desenvolvimento de forte tradição artesanal e facilitara a criação de vasto setor proletário. A fragmentação social tinha como contrapartida política a alienação quase completa da população em relação ao sistema político que não lhe abria espaços. Havia, no entanto, uma espécie de pacto informal, de entendimento implícito, sobre o que constituía legítima interferência do governo na vida das pessoas. Quando parecia à população que os limites tinham sido ultrapassados, ela reagia por conta própria, por via de ação direta. Os limites podiam ser ultrapassados seja no domínio material, como nos casos de criação ou aumento de impostos, seja no domínio dos valores coletivos. A Revolta da Vacina permanece como exemplo quase único na história do país de movimento popular de êxito baseado na defesa do direito dos cidadãos de não serem arbitrariamente tratados pelo governo. Mesmo que a vitória não tenha sido traduzida em mudanças políticas imediatas além da interrupção da vacinação, ela certamente deixou entre os que dela participaram um sentimento profundo de orgulho e de autoestima, passo importante na formação da cidadania. O repórter do jornal A Tribuna, falando a elementos do povo sobre a revolta, ouviu de um preto acapoeirado frases que bem expressavam a natureza da revolta e este sentimento de orgulho. Chamando o repórter de “cidadão”, o preto justificava a revolta: era para “não andarem dizendo que o povo é carneiro. De vez em quando é bom a negrada mostrar que sabe morrer como homem!”. Para ele, a vacinação em si não era importante – embora não admitisse de modo algum deixar os homens da higiene meter o tal ferro em suas virilhas. O mais importante era “mostrar ao governo que ele não põe o pé no pescoço do povo”. CARVALHO, José Murilo. Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. p.138-139. 


Reflexão sobre a relação da República com os grupos populares e vice-versa. 

O pecado original da República 

[…] De acordo com os dados do censo de 1920, teremos uma população total, representada pelo círculo maior, de 30,6 milhões. Este é o povo do censo que, pelo menos em tese, possuía direitos civis. Mas quantos desses cidadãos civis eram também cidadãos políticos, quantos pertenciam ao corpo político da nação? Para calcular esse número, temos primeiro que deduzir do total os analfabetos, proibidos por lei de votar. O analfabetismo, na época, atingia 75,5% da população. Feito o cálculo, restam 7,5 milhões. Depois, é preciso descontar as mulheres. Embora a lei não lhes negasse explicitamente o direito do voto, pela tradição não votavam. Ficamos com 4,5 milhões. Os estrangeiros também não tinham o direito do voto. Nosso número cai para 3,9 milhões. Finalmente, os homens menores de 21 anos também não votavam. Ficamos reduzidos a míseros 2,4 milhões de brasileiros legalmente autorizados a participar do sistema político por meio do voto. Ficam fora do sistema, excluídos, 28,2 milhões, 92% da população. Se eram poucos os que podiam votar, menos ainda eram os que de fato votavam. Nas eleições presidenciais de 1910, uma das poucas em que houve competição, disputando Rui Barbosa contra o marechal Hermes da Fonseca, a abstenção foi de 40%. Os votantes representaram apenas 2,7% da população. No Rio de Janeiro, capital da República, onde 20% da população estava apta a votar, compareceu às urnas menos de 1%. Votar na capital era até mesmo perigoso devido à ação dos capangas a serviço dos candidatos. Quem tinha juízo ficava em casa. Como disse Lima Barreto de sua República dos Bruzundangas: “[Os políticos] tinham conseguido quase totalmente eliminar do aparelho  eleitoral este elemento perturbador – o voto”. 
A eliminação do voto completava-se com a fraude. Ninguém podia ter certeza de que seu voto seria contado a favor do candidato certo. Significa isso que o povo da Primeira República não passava da carneirada dos currais eleitorais e da massa apática dos excluídos? Seguramente que não. Por fora do sistema legal de representação havia ação política, muitas vezes violenta. Entre os poucos que votavam, os que escolhiam não votar e os muitos que não podiam votar, havia o que chamo de povo da rua, isto é, a parcela da população que agia politicamente, mas à margem do sistema político, e às vezes contra ele. É difícil calcular o tamanho desse povo. Podemos apenas surpreendê-lo em suas manifestações. E podemos também dizer que ele existia tanto nas cidades como no campo. Nas cidades, sobretudo nas maiores, a tradição de protesto vinha de longe e manifestava-se o mais das vezes nos quebra-quebras. Ela se intensificou a partir da proclamação da República, atingindo o ponto máximo no protesto contra a vacinação obrigatória em 1904. A novidade republicana ficou por conta do movimento operário em fase de organização. Foram inúmeras as greves que atingiram a capital da República e São Paulo, além de outras capitais. Seu auge verificou-se durante a Primeira Guerra Mundial e nos anos que a seguiram. Calculou-se que 236 greves foram feitas na capital e no estado de São Paulo entre 1917 e 1920, envolvendo cerca de 300 mil operários. Em torno de 100 mil operários participaram da greve geral de 1917 no Rio de Janeiro. Outra novidade republicana foi a participação política dos militares, jovens oficiais e praças. A mais conhecida e mais dramática dessas manifestações foi a revolta dos marinheiros contra o uso da chibata, em 1910, em que se destacou o marinheiro João Cândido. O efeito político das manifestações urbanas foi limitado porque elas se davam fora dos mecanismos formais de representação. O próprio movimento operário, na medida em que era orientado pelo anarcossindicalismo, sobretudo em São Paulo, fugia da participação eleitoral e nunca organizou um partido político duradouro até que fosse fundado o Partido Comunista, em 1922. No mundo rural, foi igualmente intensa a participação do povo. Aí também havia uma longa tradição que foi intensificada pelas mudanças políticas introduzidas pelo novo regime. As figuras centrais das agitações rurais eram beatos e cangaceiros. O mais dramático de todos esses movimentos, pelo número de mortos, foi sem dúvida o de Antônio Conselheiro nos sertões da Bahia. A seu modo, os beatos do Conselheiro agiram politicamente, ao recusar o pagamento de impostos, ao rejeitar mudanças nas relações entre Igreja e Estado. Lutando contra a “lei do cão” do novo regime, os rudes sertanejos humilharam o Exército, que contra eles lançou quatro expedições, e deram um exemplo único em nossa história de fidelidade incondicional às crenças adotadas. Movimento semelhante ao de Canudos foi o do Contestado, localizado em terras disputadas entre Paraná e Santa Catarina. O monge José Maria dera-lhe início ainda no Império. Proclamada a República, seu sucessor reagiu contra o que chamava de “lei da perversão”, o equivalente da “lei do cão” do Conselheiro. A partir de 1911, outro sucessor de João Maria, José Maria, lançou um manifesto monarquista e nomeou imperador um fazendeiro analfabeto. Criou uma sociedade assemelhada ao comunismo primitivo, sem dinheiro e sem comércio. Canudos e Contestado foram combatidos e destruídos com violência pelo Exército, que não hesitou em usar canhões contra sertanejos pobremente armados. No Ceará, padre Cícero organizou uma comunidade sertaneja que, à época de sua morte, em 1934, contava 40 mil pessoas. Padre Cícero não contestava o sistema, como o Conselheiro e José Maria. A seu modo, agindo mais como coronel político, fundou uma República paternalista muito próxima da população. Manipulando valores tradicionais e colocando-os a serviço da modernidade, reduziu a distância entre o legal e o real, aproximou da população o poder. Alguns de seus seguidores, como os beatos José Lourenço, Severino e Senhorinho, fundaram comunidades radicais ao estilo do Contestado. Padre Cícero entendeu-se com os poderes da República e foi tolerado. Os três beatos foram massacrados juntamente com seus seguidores. Os cangaceiros, frutos do mesmo meio social que gerou os beatos, mantinham, como padre Cícero, contatos estreitos com os poderes da República. Mas fugiam ao controle dos coronéis e dos governos estaduais. Foram também combatidos sem trégua e destruídos. Beatos e cangaceiros representavam formas de organização e de reação construídas à margem do sistema político. Canudos, Contestado, e mesmo o Juazeiro do padre Cícero, eram modelos alternativos de República. Apesar de inviáveis por serem produtos do isolamento geográfico e da imensa distância cultural entre a população e o mundo oficial, essas Repúblicas foram destruídas a ferro e fogo e só deixaram traços na memória popular. A exceção foi Canudos, que foi imortalizado por Euclides da Cunha, não por acaso um intelectual estranho no ninho das elites. O grosso do povo excluído era mantido sob controle pela própria organização social do mundo rural, baseada na grande propriedade. O povo eleitoral era enquadrado pelos mecanismos de cooptação e manipulação. O povo da rua era quase sempre tratado à bala, nas cidades ou no campo. Mas a República usou também métodos menos violentos para lidar com seus excluídos. Produziu missionários do progresso que se puseram a catequizar os  cidadãos incultos e tratar os doentes. Foram missionários do progresso Pereira Passos, reformador do Rio de Janeiro, Osvaldo Cruz, saneador da cidade, Artur Neiva e Belisário Pena, saneadores dos sertões. O maior de todos eles, no entanto, foi o general Rondon, positivista ortodoxo, que dedicou boa parte da vida à proteção dos indígenas. Muito superiores pelos métodos aos que destruíam pela força os movimentos populares, esses missionários não estiveram imunes a uma visão tecnocrática e autoritária. O povo para eles era massa inerte e analfabeta a ser tratada, corrigida e civilizada. De certo modo, eram messias leigos, com a diferença de que não tinham o apoio popular dos messias do sertão. A Primeira República, em seus 41 anos de existência, não fez jus às promessas da propaganda de promover a ampliação da participação política, o autogoverno do povo. Não unificou os três povos, não os incorporou. Não transformou em cidadãos o jeca doente de Monteiro Lobato e dos higienistas, o áspero sertanejo de Euclides, os beatos de Canudos e do Contestado, o bandido social do cangaço, o anarquista do movimento operário. A ausência de povo, eis o pecado original da República. Esse pecado deixou marcas profundas na vida política do país. Quando, em meio à crise de nossos dias, assistimos ao aumento da descrença nos partidos, no Congresso, nos políticos, de que se trata se não da incapacidade que demonstra até hoje a República de produzir um governo representativo de seus cidadãos? 

CARVALHO, José Murilo de. O pecado original da República. Revista de Hist—ria. Disponível em: . Acesso em: 10 jul. 2018. 

Sobre a relação da República com o movimento de Canudos. 

O arraial de Canudos e o silêncio do massacre 

A República procurou converter Canudos num grande exemplo: da barbárie contra a civilização; do atraso contra a modernidade. Faz 120 anos que ocorreu, no distante interior da Bahia, um levante popular que invadiu a imaginação dos brasileiros. Mais do que uma revolta isolada, Canudos anunciava a existência de muitos Brasis, no mesmo Brasil, e o descobrimento dos “sertões”, que acabaram virando metáfora ligeira para designar tudo o que não se conhecia ou encontrava-se afastado da civilização que a República inventou. O fato é que, diferente da “modernidade” que os novos tempos prometiam, estouraram, em várias regiões do país, movimentos sociais que combinavam a questão agrária e a luta pela posse de terra com traços fortemente religiosos. Levantes como Contestado, Juazeiro, Caldeirão, Pau-de-Colher e Canudos representaram o lugar do encontro entre a mística e a revolta; um resultado pouco previsto do nosso processo de urbanização acelerada, e de desatenção com esse grande contingente populacional. Abandonados por uma República que fazia da propriedade rural a principal fonte do poder oligárquico, grupos de sertanejos buscaram transpor o abismo que os separava da posse da terra, teceram relações entre a história e o milenarismo, e sonharam viver numa comunidade justa e harmônica. E foi em 1896 que começou o conflito armado de maior visibilidade da Primeira República, prontamente transformado em bode expiatório nacional: um cancro monarquista, diziam as elites reunidas na capital, e muito distantes da mentalidade desses sertões. Já em 1897, com a missão de cobrir os acontecimentos para “O Estado de São Paulo”, partiu convicto o jornalista Euclides da Cunha. Republicano de carteirinha, ele havia embarcado para a Bahia com a certeza de que a República derrotaria rápido essa “horda desordenada de fanáticos maltrapilhos”, acoitados num frágil arraial. Descobriu, porém, totalmente atônito, uma guerra longa e misteriosa, um adversário com enorme disposição para o combate, um refúgio sagrado, uma comunidade organizada e uma terra desconhecida para ele e, aliás, para boa parte da intelectualidade acastelada na cidade do Rio de Janeiro. E foi justamente a partir do impacto profundo dessa descoberta, que Euclides mudou de ideia, e tornou- -se um grande escritor. Em vez da certeza das teorias deterministas – que condenavam a “terra dos sertões” e “as raças dos sertanejos” – sua narrativa assumiu um tom de denúncia. O jornalista fez muito mais que uma reportagem de guerra: revelou o efeito das secas na paisagem arruinada do sertão baiano e a devastação do meio ambiente produzida pelas queimadas no semiárido nordestino; inscreveu na natureza uma feição dramática capaz de projetar imagens de medo, solidão, abandono; reconheceu no mundo sertanejo uma marca do esquecimento secular e coletivo do país. Lido alto, o trecho sobre a terra chega a sibilar, e conta uma trajetória diferente e comum de devastação da nossa natureza. Em 1902 publicou “Os Sertões”, onde retomou a história da guerra contra Canudos com um enfoque ainda mais amplo. Euclides manteve porém o mesmo tom de indignação. Responsabilizou a Igreja, a República, o governo baiano e o Exército pelo massacre. Descreveu a guerra como um fratricídio, uma matança entre irmãos, com direito à decapitação dos prisioneiros, o calvário dos resistentes dizimados por fome, sede, doenças e pelos projéteis dos militares. Seu livro virou monumento. A partir de então a Guerra ou Campanha de Canudos – esse movimento sócio-religioso liderado por Antônio Conselheiro e que durou de 1896 a 1897 – ganhou  o país. Com o passar do tempo, a região fora ocupada por uma série de latifúndios decadentes, era assolada por crises cíclicas de seca, e contava com milhares de sertanejos que peregrinavam sem emprego pelo sertão baiano. Fora apenas em 1893 que Conselheiro e seus seguidores haviam chegado a Bom Conselho, na Bahia. Ali assistiram a uma cobrança de impostos, que havia aumentado muito com o advento da República, e, diante do povo reunido num dia de feira, arrancaram e queimaram os editais pregados nos muros do vilarejo. Foi o suficiente para o governador do estado enviar soldados para prender o beato e dissolver seu grupo. Mas nada aconteceu como o previsto. Os policiais foram derrotados pelos sertanejos e a comunidade foi crescendo: de 230 chegaram a 24 mil habitantes, tornando-se o arraial de Belo Monte um dos mais populosos da Bahia. Canudos incomodou a todos: era uma nova maneira de viver no sertão. É certo que o arraial não chegou a representar uma forma de vida igualitária. Mas é certo também que se tratava de uma experiência social e política distinta: o trabalho no arraial baseava-se no princípio de posse e uso coletivo da terra, e na distribuição do que nela se produzia. O resultado da produção era dividido entre o trabalhador e a comunidade, a autoridade religiosa do Conselheiro não dependia do reconhecimento da Igreja Católica, e Canudos não estava submetido nem aos proprietários de terra nem aos mandões locais. A República resolveu liquidar Canudos, enviando quatro expedições subsequentes. A última delas alcançou a região em março de 1897 e era composta de 421 oficiais e 6160 soldados armados até os dentes. Em outubro de 1897, o Exército garantiu que quem se rendesse sobreviveria. Mas o acordo não foi cumprido, e muitos dos homens, mulheres e crianças que se entregaram foram degolados. A foto de Flavio de Barros foi tirada minutos antes da matança geral e até hoje guarda as marcas da dor, do desespero e do desatino nas expressões. Como se vê, lá estavam sobretudo mulheres e crianças entregues às forças da República. No dia 5 do mesmo mês o arraial foi invadido, queimado com querosene e dinamitado. A República procurou converter Canudos num grande exemplo: da barbárie contra a civilização; do atraso contra a modernidade. O corpo de Antônio Conselheiro também fez parte da performance. Seu crânio foi levado à capital, para que o médico Nina Rodrigues e a ciência determinista da época dessem a última palavra sobre “loucura e mestiçagem”. Havia mesmo um abismo fundo entre as diferentes partes do país. Talvez a melhor expressão desse descompasso esteja no desabafo de Euclides da Cunha, bem no final de Os Sertões: “Fechemos este livro […] Esta página, imaginamo-la sempre profundamente emocionante e trágica; mas cerramo-la vacilante e sem brilhos. Vimos como quem vinga uma montanha altíssima. No alto, a par de uma perspectiva maior, a vertigem”. Enfim o Brasil mostrava suas várias faces e a vertigem que ia criando entre realidades tão distintas. Não por acaso, nesse mesmo contexto, ganham fama chefes de bandos armados como Antônio Silvino, Lampião e Antônio Dó; personagens ambíguos, representativos de uma alternativa às relações de poder enraizadas na posse da terra, mas que também reproduziam as antigas marcas da violência e do arbítrio da história brasileira. O trecho de Euclides lembra o ensaio de Walter Benjamin descrevendo o retorno das tropas na Segunda Guerra Mundial. Vinham caladas, como se as palavras não dessem conta de narrar o horror da morte, do massacre e, no nosso caso, do descompasso entre a cidade e os muitos sertões brasileiros. 
Nova história; velha história! SCHWARCZ, Lilia Moritz. O arraial de Canudos e o silêncio do massacre. Retirado de . Acesso em: 9 jul. 2018. 

AULA 2 - FEUDALISMO - ATIVIDADES E TEXTOS - CAJF

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segunda-feira, 23 de março de 2020

Primeira Guerra Mundial - 9 ano


Sugestão de documentário abaixo, é só clicar no link.



Grande Guerra, como foi chamada por seus contemporâneos, antes de acontecer a Segunda Guerra Mundial, envolveu países de diversos continentes. A disputa era liderada por dois blocos que se enfrentaram: a Tríplice Aliança, composta por Alemanha, Áustria e Itália e; a Tríplice Entente formada por França, Inglaterra e Rússia.
Estes países já haviam passado pelo processo de unificação territorial que ocorreu na Europa em meados de 1848.

Primeira Guerra Mundial

Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918, foi um conflito político e militar entre as principais potências econômicas do início do século XX. A Grande Guerra devastou as nações envolvidas, gerando traumas, problemas econômicos e muitas outras consequências que falaremos mais a frente.
Para compreender os motivos e as consequências de uma das guerras mais devastadoras é preciso retomar alguns aspectos e o cenário político e econômico mundial.
Além do enfrentamento direto das nações citadas, outras dezenas de países se envolveram na Primeira Guerra Mundial, como por exemplo Brasil, Estados Unidos, Itália, Portugal, China, Império Turco-Otomano, entre outros. O saldo final do conflito contabilizou mais de 10 milhões de mortos, entre militares e civis e mais de 20 milhões de feridos.

Causas da Primeira Guerra Mundial

As motivações para o desencadeamento da Primeira Guerra Mundial aconteceram ao longo do século XIX e XX e foram se somando até que o conflito eclodiu de fato.
Entre o final do século XIX e início do século XX, o mundo encontrava-se dividido e explorado pelas grandes potências europeias e os Estados Unidos. Em todos os cinco continentes havia dominação imperialista e as grandes potências brigavam para expandir seus territórios.
Devido ao desenvolvimento das indústrias e da economia de forma geral, o Império Alemão chegou a superar a Inglaterra em vários setores. Os alemães tomaram o mercado antes dominados pelos ingleses na Europa e no Oriente. A consagrada marinha inglesa se via ameaçada pelo grande crescimento da marinha alemã e temia a perda da sua hegemonia.
Em 1870, a Alemanha já tinha ganhado outro inimigo ao vencer a França na Guerra Franco-Prussiana, conquistando a região da Alsácia-Lorena. Com a derrota, os franceses tiveram que entregar a região rica em jazidas de ferro e carvão mineral. Nos anos seguintes os franceses sentiram-se humilhados por terem que importar carvão dos alemães.
Enquanto os germânicos começavam a colecionar inimigos, o governo e a imprensa tentavam convencer a população de que uma guerra seria benéfica. Junto ao crescimento econômico, o discurso inflamado e a propaganda, a tensão entre as nações europeias estava prestes a explodir.
Por ter chegado atrasada na distribuição das colônias na Ásia e na África, a Alemanha e a Itália ficaram apenas com as “migalhas do banquete imperialista”. Para conseguir mais colônias, uma solução apontada pelo governo germânico era atacar e dominar os países já colonizados.
Enquanto todos esses eventos aconteciam na Europa ocidental, no lado oriental do continente a Rússia, governada por um Cezar (imperador), tinha interesses em estender seu território na região dos Bálcãs. O problema é que o Império Austro-Húngaro pretendia a mesma coisa.
Como o Império Austro-Húngaro era formado por vários povos, entre eles os tchecos, eslovacos, croatas, poloneses e sérvios, a Rússia pretendia criar um Estado único para unir todos os povos eslavos, o que ficou conhecido como pan-eslavismo. Para isso, começou a estimular a revolta anti-austríaca.

Política das alianças

Diante de tantas tensões e faíscas, os países europeus começam a criar alianças para que houvesse apoio entre ambas caso uma delas fossem atacadas. Além disso, as alianças envolviam acordos políticos, militares e financeiros secretos.
As alianças foram divididas da seguinte forma:
  • Tríplice Aliança: formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha (mais tarde a Itália entra para a Tríplice Entente).
  • Tríplice Entente: formada em 1907 por Rússia, Grã-Bretanha e França.

Estopim da Primeira Guerra Mundial

Com toda essa situação crítica, a Europa tornou-se um barril e pólvora. O pavio desse barril foi aceso quando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austríaco, resolveu visitar Sarajevo, capital da Bósnia. Enquanto o futuro rei da Áustria desfilava em carro aberto pelas ruas de Sarajevo, um terrorista da organização mão-negra disparou contra Ferdinando.
A Áustria acusou a Sérvia de estar envolvida no atentado e a troca de insultos culminou na troca de tiros em 1914. A partir daí, a Rússia declarou guerra à Áustria; Alemanha declarou Guerra à Rússia e França e Inglaterra entraram no conflito logo em seguida. A Itália tinha recebido a promessa de obter territórios que estavam dominados pela Áustria, por isso, entrou para o lado da Tríplice Entente.

Fases da Primeira Guerra Mundial

Primeira Guerra Mundial
Primeira Guerra Mundial pode ser dividida em três fases. A primeira fase é conhecida como Guerra de Movimento (1914), a segunda fase é a Guerra de Trincheiras (1915 – 1917) e, por fim, a Segunda Guerra de Movimento ou Fase Final (1918).
Nos primeiros meses as tropas tiveram como estratégia a movimentação e a ocupação dos fronts. Os alemães se movimentaram rapidamente e em poucas semanas já estavam próximo de Paris.
A partir de 1915, a segunda fase tinha como estratégia tentar conservar as posições dos fronts sem perder território para os inimigos. As trincheiras eram complexos de túneis, valas e abrigos. Ali os soldados lutavam, dormiam e comiam. Contudo, estavam expostos aos ataques aéreos, armas químicas e doenças. Os fronts eram protegidos com cercas de arames, colunas de ferros e sacos de areia.
A Guerra de Trincheira foi o período mais sangrento dessa batalha. Os conflitos aconteciam, quase sempre, nas áreas rurais e as conquistas territoriais eram lentas. Nesse período os dois blocos estavam equilibrados e a guerra ainda não apontava um vencedor.
A terceira e última fase foi marcada pela entrada de novas armas e um contingente grande de soldados enviados pelos Estados Unidos para o bloco da Entente. Em 1917, devido a um processo revolucionário (a Revolução Russa), a Rússia deixou a guerra.
A chegada dos norte-americanos possibilitou a invasão da Itália e da França. No final de 1918, já com sinais de fracasso, o povo alemão pressionou o rei Guilherme II que abdicou do trono. Em seguida foi instaurada a república no país e a Alemanha teve sua derrota decretada na Primeira Guerra Mundial. A paz só foi de fato estabelecida em 1919, depois da assinatura do Tratado de Versalhes

Consequências da Primeira Guerra Mundial

Dentre as principais consequências da Primeira Guerra Mundial, podemos destacar cerca de  milhões de mortos entre civis e militares o que provocou uma mudança no mapa da Europa. Os países derrotados entraram em grandes crises, problemas sociais como o desemprego, fome, pobreza e grande instabilidade política e social, fato que favoreceu o surgimento de regimes totalitários anos depois na Europa.
Além disso, é fundamental compreender o Tratado de Versalhes assinado em 1919, na qual a Alemanha foi considerada responsável pela guerra e deveria pagar indenização aos países vitoriosos. Neste tratado a região da Alsácia-Lorena foi reincorporada à França e os alemães foram proibidos de continuar com a produção de armamento.
Por fim, houve a criação da Liga das Nações, uma organização internacional com objetivo de reunir as potências vencedoras da Primeira Guerra Mundial para negociar acordo de paz e evitar novos conflitos mundiais. Sua criação foi baseada nos 14 pontos do presidente americano Woodrow Wilson, em que consistia em bases fundamentais para a reorganização ordem mundial no pós-guerra.

Brasil na Primeira Guerra Mundial

participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi tímida e aconteceu apenas no último ano, a partir 1917. Não houve envio de soldados brasileiros para as batalhas. Após o ataque de um navio brasileiro carregado de café por navio alemães, o Brasil declarou guerra à Tríplice Aliança.
A participação brasileira se deu através do envio de equipes médicas, de armamentos e equipamentos de soldados, além da exportação de produtos agrícolas como café, borracha, açúcar e demais gêneros aos aliados da Entente.
Agora que você estudou sobre a Primeira Guerra Mundial, que tal praticar alguns exercícios para fixar o conteúdo e aprimorar seus conhecimentos?
Além disso, você também pode ter acesso a essa e outras matérias através de um Plano de Estudos personalizado! Faça já o seu e fique mais próximo da vaga na Universidade dos sonhos.



Verbos de Comando para Questões

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